Imigração Europeia ao Brasil - Sec. XIX e XX
Culturartepolonesa
Imigração Europeia ao Brasil e ao Paraná - Séculos XIX - XX
A imigração europeia ao Brasil iniciou antes de 1850. Após a emancipação política do Paraná (1853), a imigração para o Brasil, ao Paraná, foi incentivada ainda na metade do séc. XIX. O Presidente da província, Zacarias de Góes e Vasconcelos, criou a Lei nº 29 de 1855, que autorizava a promoção da imigração ao Paraná, com base nos planos de colonização do Império.
Com a Política de terras (1850), colonização e imigração e a extinção do tráfico de escravos (1850), o trabalho escravo foi sendo substituído pelo trabalho dos imigrantes europeus. Esses fatores somados às crises sócio-políticas econômicas na Europa, desencadearam em vários países os movimentos emigratórios (OLIVEIRA, 2009).
No Paraná, a imigração teve início “no período da administração do Governo de Antônio Augusto da Fonseca (1868-1869), quando iniciou o sistema de colonização oficial no entorno de Curitiba” segundo Rocha Pombo (1980, p.99). E a imigração continuou durante o Governo do Presidente da Província do Paraná, Antônio Affonso de Carvalho (1869/1870).
A imigração polonesa ao Paraná teve iniciada em 1869, continuou a partir da década de 1870, no período, do Governo do Paraná, Adolfo Lamenha Lins (1875-1878) em que a Província, teve a colonização e o desenvolvimento agrícola com objetivo de colonizar os arredores do Núcleo de Curitiba. Os emigrantes italianos se dirigiram para São Paulo, litoral do Paraná e Rio Grande do Sul. Os alemães emigraram para Santa Catarina, os poloneses e os ucranianos se dirigiram para as colônias do Paraná (WACHOWICZ, 1972 ; SIKORA,2014).
No entorno de Curitiba foram instituídas várias Colônias. Vieram por Santa Catarina e por Paranaguá para o Paraná. Sua vinda foi mediada com o apoio do Padre Antonio Zielinski e do Agrimensor Sebastian Edmund Wos Saporski, considerado como “Pai da Imigração Polonesa”. Foi criada a 1ª Colonia Polonesa no Paraná, a Colônia de Pilarzinho (1871) e depois de Abranches (1873). E nos anos de 1875 e 1876 chegaram grupos para Tomás Coelho, Lamenha, Órleans, Santo Inácio, Dom Augusto, Rivier e Dom Pedro II. Em 1878 para Colonia Cristina (1878) e adjacências como a Colônia Figueiredo, Miqueleto, Rodrigues, parte de Campo Magro e Muricy (S.J.dos Pinhais). Os movimentos migratórios compunham-se de alemães, ucranianos, italianos, prussianos, suíços, franceses e poloneses. Os Poloneses tinham habilidade na agricultura, na carpintaria, como ferreiros, conheciam novas técnicas agrícolas, favorecendo a produção agrícola (WACHOVICZ, 1972).
Assim, entre o final do século XIX e início do século XX, os imigrantes foram atraídos pela política desenvolvimentista do Governo Brasileiro, principalmente nas Províncias Meridionais, nos Estados de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e Paraná.
As contribuições da emigração polonesa no Paraná proporcionaram o desenvolvimento regional, transformaram as terras em celeiros agrícolas. Houve influencias da cultura eslava nas tradições, habitação e arquitetura (casas de madeira), gastronomia, música e folclore. Na profissão, a maioria se dedicou ao trabalho na agricultura, pecuária e, em menor número, ao comércio e às indústrias (DIÉGUES JUNIOR, 1980).
Conteúdo extraído da Dissertação de Mestrado. No uso de conteúdos (citações em estudos e pesquisas), favor referenciar os Autores, sob consulta. Link - CT_PPGTE_M_Sikora, Mafalda Ales_2014.pdf
SIKORA, Mafalda Ales. As políticas de imigração no Brasil nos séculos XIX e XX e o desenvolvimento de territórios: Estudo de Caso da Colônia Dom Pedro II - (Campo Largo – Paraná) 2014. 210 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.